26 janeiro 2023 10:56
Isabel Vicente
A CGD está a negociar com vários sindicatos os aumentos salariais para 2023 mas não há avanços. O sindicato mais representativo, o STEC, diz não haver evolução na segunda ronda negocial, e agendou uma terceira reunião
Há um braço de ferro entre os sindicatos da banca e o banco público. E apesar de não se ter chegado a nenhum entendimento esta semana está já agendada nova reunião negocial para a próxima semana, diz o sindicato mais representativo da Caixa.
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresa do Grupo Caixa (STEC) revela que na segunda reunião negocial com a Caixa, liderada por Paulo Macedo, “não se registou qualquer abertura negocial”, embora também diga que havia “alguma abertura negocial”.
O STEC quer “100 euros de aumento mínimo e média ponderada de 8,3% e a CGD 50 euros de aumento mínimo mínimo e média ponderada de 3%”.
Os sindicatos afetos à UGT, Mais Sindicato, SBC e SBN, também não chegaram a bom porto com a CGD, cuja proposta é de 3%, sendo a proposta dos sindicatos de 8,5%.
Em comunicado, o STEC lembra “o poder de compra perdido pelos trabalhadores e reformados da CGD em 2022 e o valor da inflação que se registou nesse ano (7,8%), e que se prevê persistir em 2023 na ordem dos 6%”. O STEC realça também a subida dos lucros da banca – que poderão atingir na CGD os 1000 milhões de euros em 2022 -, para defender que os trabalhadores devem ter “aumentos salariais justos”.
O STEC refere ainda que o que pede é “comprovadamente comportável” e conciliável com a “sustentabilidade financeira da empresa”.
O STEC assinala também o discurso do presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, que esta semana, em Vila Nova de Gaia, disse que “…as empresas têm de pagar melhor às pessoas” e “devem reter os seus talentos”, o que, segundo o sindicato, não condiz com o que o gestor faz dentro da Caixa. Estas afirmações, diz o sindicato, “não podem deixar de ser cumpridas cá dentro, aqui está uma ótima oportunidade para a aplicação concreta daquilo que foi apregoado”.
O sindicato acrescenta que dentro da CGD há “muitos trabalhadores, mais jovens e qualificados, a insistirem na adesão à rescisão de contrato por mútuo acordo, precisamente porque não têm perspetivas de carreira, nem ganham o suficiente para… constituir família e comprar casa!”.