Carmo Torres
25/08/2022
A Câmara Municipal do Seixal rejeita a intenção da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de encerrar o balcão na freguesia de Corroios, após o encerramento da agência em Fernão Ferro no ano de 2018, e vai participar na ação de protesto desta sexta-feira, dia 26 de agosto, pelas 12h00, junto ao balcão de Corroios da CGD.
Em nota enviada à imprensa, a autarquia manifesta também «a sua firme oposição a esta decisão, que, a confirmar-se, será mais um passo no desmantelamento de um serviço público essencial às populações, que se vê cada vez mais privada do serviço público bancário de proximidade».
Conforme a nota da Câmara Municipal, «a CGD anunciou lucros de 486 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, pelo que nada justifica estes encerramentos. Não se vislumbram razões válidas, de qualquer ordem, que recomendem ou justifiquem o encerramento de balcões da CGD.
É um montante que torna impossível compreender esta lógica gestionária da sua administração, a não ser pela maximização do lucro para benefício da estrutura acionista, independentemente do brutal impacto social da medida» e acusa ainda a administração da entidade bancária de «só estar focada em reduzir despesas e desvalorizar a sua capacidade enquanto banco público, motivando um inevitável congestionamento dos restantes balcões, em benefício de outras instituições privadas».
O Seixal, concelho com perto de 170 000 habitantes e 95 km2 de extensão territorial, «ficará servido por apenas três balcões da CGD. Hoje vivem na freguesia de Corroios cerca de 50.000 habitantes, com um número significativo de pessoas com dificuldades de mobilidade, que se deslocam ao balcão para serviços de grande importância para as suas vidas, como o depósito e levantamento da reforma, e para quem, naturalmente, a distância será um fator extremamente negativo. Também se trata de um território com forte atividade económica, que seguramente se ressentirá nos setores produtivo e empresarial».
Perante esta medida, que a Câmara Municipal do Seixal considera «extremamente lesiva dos interesses das populações», manifesta o seu «veemente repúdio e a sua determinação de tudo fazer, no plano institucional e político, para impedir o encerramento do balcão de Corroios da CGD, em defesa dos direitos da população e do serviço público bancário de proximidade» e ainda manifesta a «solidariedade para com os trabalhadores da CGD».
A Câmara Municipal do Seixal já solicitou reuniões à administração da CGD.