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Fotografia: © Lusa

Banco que a CGD quer vender em Cabo Verde com lucro recorde de 16,3 ME
NOTÍCIAS AO MINUTO

09:27 – 05/06/23

por Lusa

 

 

O Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde e que a Caixa Geral de Depósitos quer vender, registou lucros recorde de 16,3 milhões de euros em 2022, segundo o relatório e contas consultado hoje pela Lusa.

 

No documento, a administração do BCA refere que num contexto “ainda bastante adverso”, os indicadores de atividade de 2022 “continuaram a evidenciar um banco resiliente e com capacidade para responder e se adaptar à adversidade”.

 

“Efetivamente, os resultados líquidos do BCA cresceram 26,2%, relativamente a 2021, atingindo um novo máximo histórico de 1.798 mil contos [1.798 milhões de escudos, 16,3 milhões de euros]”, destaca a administração, justificando o desempenho face ao aumento do produto bancário, de 5,8% face a 2021, sustentado “essencialmente” na margem complementar, que cresceu quase 25%, com destaque para as comissões líquidas (+16,3%) e a alienação de outros ativos (+330,4%).

 

O BCA registou em 2021 lucros de 1.424 milhões de escudos (13 milhões de euros) e em 2020, o recorde anterior, de 1.482 milhões de escudos (13,5 milhões de euros).

 

O conselho de administração do banco propôs a aplicação de 25% dos lucros em reservas e resultados transitados, distribuindo os restantes 75% como pagamento de dividendos aos acionistas, no valor de mais de 1.348 milhões de escudos (12,2 milhões de euros), segundo o relatório e contas.

 

Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a Caixa Geral de Depósitos controla 52,65% do BCA, ao que se soma uma participação própria de 6,76%. O Instituto Nacional da Previdência Social de Cabo Verde detém uma participação de 12,54% no BCA, entre outros acionistas.

 

O presidente do grupo CGD, Paulo Macedo, disse em 11 de maio que a instituição estava a recolher, durante o passado mês, propostas indicativas para a venda do BCA.

 

“Estamos em recolha de propostas indicativas até meados de maio, depois vamos ver se estas propostas satisfazem as condições”, disse Paulo Macedo na apresentação dos resultados do primeiro trimestre do grupo.

 

Em novembro, Paulo Macedo admitiu que a venda da sua participação no BCA poderia ser concluída este ano. Agora, o administrador espera que “desta vez seja possível aceitar estas propostas”.

 

A CGD, detida pelo Estado português, anunciou em 2019 um processo de venda da participação no BCA, no âmbito do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia, optando por ficar no mercado cabo-verdiano apenas com o Banco Interatlântico, mas a pandemia de covid-19 acabou por condicionar todo o processo, que não avançou.

 

“Apesar das adversidades do contexto, o BCA continuou a evidenciar uma situação sólida, em termos de capital, uma boa situação de liquidez e um crescimento prudente da carteira crédito, com bons níveis de rentabilidade”, destaca a administração do banco cabo-verdiano, no relatório e contas de 2022.

 

O sistema financeiro cabo-verdiano conta com oito bancos comerciais, mantendo-se o BCA como referência no setor, com maior volume de ativos e uma rede de 34 balcões em todo o arquipélago, além de 419 trabalhadores.

 

Os depósitos no BCA atingiram no final do ano passado 81.963 milhões de escudos (742,9 milhões de euros), um aumento de 3,2% face a 2021.

 

Globalmente, a carteira de crédito do maior banco cabo-verdiano rondava em dezembro os 57.151 milhões de escudos (518 milhões de euros), um aumento de 1,8%, e o crédito vencido caiu 4,7%, para 3.015 milhões de escudos (27,3 milhões de euros).

 

O BCA fechou 2022 com um ativo total de 94 mil milhões de escudos (852 milhões de euros), aumentando 4% face ao ano anterior, e um passivo que cresceu 3,3%, para 84.157 milhões de escudos (762,8 milhões de euros).

 

O produto bancário do BCA aumentou 5,8% face a 2021, para 3.906 milhões de escudos (35,4 milhões de euros).

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