26 setembro 2022 13:24
Isabel Vicente
O sindicato mais representativo dos trabalhadores do grupo Caixa diz que o banco público “recusa qualquer negociação que produza efeitos em 2022”, mas aceita “começar a negociar uma nova proposta de revisão salarial” a partir de 13 de outubro. Antes disso será recebido pelo Presidente da República.
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa (STEC), o mais representativo entre os restantes sindicatos do banco público, referiu esta segunda- feira que a administração da Caixa liderada por Paulo Macedo, recusa negociar um aumento adicional para fazer face à inflação como foi proposto pelo sindicato no início de setembro.
Em comunicado o STEC dá conhecimento de que “surpreendentemente, a CGD nada diz sobre a brutal e súbita subida da inflação e o galopante aumento de preço que todos os bens essenciais registam, escrevendo, pasme-se, que os atuais salários, prémios e promoções, são bastante generosos para fazer face à situação”.
O sindicato mais representativo dos trabalhadores do grupo Caixa, liderado por Pedro Messias, que havia proposto para o segundo semestre de 2022 um aumento adicional, vem agora dizer que a sua proposta foi recusada, mas que a Caixa abriu a porta a negociações a partir de meados de outubro.
“Sem surpresa, a CGD recusa qualquer negociação que produza efeitos em 2022, com o argumento que a tabela salarial atual foi negociada até 31 de dezembro de 2022, mas reconhece que a partir de 13 de outubro de 2022 pode legalmente começar a negociar uma nova proposta de revisão salarial”, dá nota o sindicato no comunicado enviado.
80 euros para todos os trabalhadores
Nesse sentido, e “perante esta situação lamentável e infelizmente recorrente”, o sindicato “vai, obviamente, solicitar o início de negociações a partir de 13 de outubro, procurando, como sempre, pela via do diálogo, encontrar respostas para a situação aflitiva que muitos trabalhadores e reformados da CGD já estão a viver”.
Recorda que “a proposta de aumento salarial e o estudo económico que a suporta, recentemente apresentado à CGD pelo STEC, que tem como base um aumento de 4,79% com um mínimo de 80 euros para todos os trabalhadores”.
O sindicato afirma já ter solicitado audiências aos vários responsáveis políticos, nomeadamente, à tutela da CGD, ou seja ao Ministério das Finanças, e “ao Presidente da República, sendo que este último irá receber o STEC ainda hoje”, segunda-feira.
E insiste: “É inaceitável que uma empresa que apresenta lucros astronómicos, não esteja disponível para assumir a sua responsabilidade social, apoiando os seus trabalhadores e reformados num dos momentos mais exigentes das últimas décadas!”.
Na nota que dá conta das negociações fracassadas, o STEC acusa a administração de não ser sensível. “De facto, quem aufere remunerações de milhões de euros vive num outro mundo e prova, com esta resposta, que nada se preocupa com aqueles que, à custa de muito esforço e por vezes enormes sacrifícios, lhes permitem receber esses principescos salários!”.
E concluiu que “esta é a lição que todos os trabalhadores devem ter presente quando são confrontados com exigências de trabalho absurdas ou, como tantas vezes sucede, grosseiramente abusivas”.