Sónia Peres Pinto
17/08/2022 08:29
O presidente do sindicato dos trabalhadores do grupo CGD (STEC), Pedro Messias, dá cartão vermelho à administração liderada por Paulo Macedo ao entender que está a aplicar as mesmas regras da banca privada, mas aí também culpa o Estado por não colocar limites. Em causa está o encerramento de mais 23 balcões já este mês e teme que fórmula seja aplicada noutras zonas do país.
O STEC denunciou o encerramento de mais 23 balcões da Caixa Geral de Depósitos, durante este mês de agosto. O sindicato foi apanhado desprevenido?
Estes encerramentos já vão muito além do que estava previsto no plano de recapitalização da Caixa. O plano e, tal como a própria administração disse, foi cumprido com êxito, quer ao nível da redução do quadro de pessoal, quer ao nível de agências. O que está a ser feito agora é apenas aplicar num banco público diretrizes ou matrizes da banca privada. É contra isto que nos estamos a insurgir porque não sabemos as razões porque é que estas 23 agências estão a ser encerradas. Não sabemos se é por motivos financeiros ou se é por outros motivos, a administração lá terá as suas razões de o fazer. Mas concretamente não sabemos o seu motivo de encerramento.
As zonas afetadas serão essencialmente em Lisboa e Porto…
Em relação a estas 23 agências sim, mas o nosso receio é saber quantas mais poderão estar na agenda. Poderão invocar motivos ligados à rentabilidade e, ainda que seja ao nível urbano, ou seja, fundamentalmente em Lisboa e no Porto, a verdade é que não sabemos se tem mais alguns encerramentos no plano. E qual é a razão? Daí termos dito que estão a aplicar no banco público as matrizes da banca privada.
A aplicação por parte do banco púbico das regras dos privados já é visível quando a Caixa apresentou os resultados referentes ao primeiro semestre. Em que um dos casos mais emblemáticos diz respeito ao aumento das comissões…
Sempre defendemos que a Caixa Geral de Depósitos, como banco público, deve e tem como obrigação apresentar lucros. Todos sabemos que os prejuízos que foram apresentados pela Caixa foram mais de índole política do que financeiro, até porque isso foi denunciado. Agora não entendemos qual é a razoabilidade desta decisão, principalmente quando a Caixa está a dar lucros. Está-se a colocar no mercado tal e qual como se fosse um banco privado. Entendemos que a Caixa tem obrigações, como banco público, de ter um comportamento completamente diferente, até porque não é lógico com aqueles lucros que apresentaram e onde até suplantaram todos os outros bancos privados estar a encerrar estas agências.
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