Agosto 19, 2022
Andreia Gonçalves
Intenção da Caixa Geral de Depósitos de fechar a agência situada na praça MFA motivou um protesto realizado esta sexta-feira, que juntou dezenas de pessoas.
A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) quer encerrar a agência central de Almada, situada na praça do Movimento das Forças Armadas e transferi-la para a atual agência do Pragal, na Rua Frederico Pinheiro. “O balcão de Almada vai fechar, mas vai continuar a chamar-se balcão de Almada no lugar em que está neste momento o balcão do Pragal. Esse sim deixa de existir”, explicou ao ALMADENSE Mauro Barbosa, membro da direção do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC).
O espaço em risco de fechar “é uma agência icónica, está há muitos anos na cidade de Almada, rende muitos milhões de euros por ano à CGD e tem milhares de clientes a quem dar apoio”, afirmou, por sua vez, o coordenador da Comissão de Trabalhadores, da CGD, Jorge Canadelo.
O risco de encerramento da agência motivou uma concentração convocada pelo PCP que juntou esta sexta-feita dezenas de pessoas na praça MFA, junto ao balcão central de Almada. Presente no protesto, Paula Santos, deputada do PCP na Assembleia da República, sublinhou que “o objetivo é não só denunciar esta situação, mas também lutar e intervir pela manutenção de um serviço público”, disse ao ALMADENSE. Para a responsável, o encerramento deste balcão “só vai criar mais constrangimentos na prestação do serviço público bancário à população de Almada”.
O encerramento previsto para Almada insere-se num processo de redução de agências que o banco público tem levado a cabo nos últimos anos. Segundo a organização sindical, na margem sul está previsto o encerramento de três agências: para além da do Pragal, a do Barreiro (situada na Quinta da Lomba, na Avenida Escola dos Fuzileiros Navais), e a de Corroios, situada na Avenida 25 de Abril. Ao todo, a entidade pretende encerrar 23 balcões em Portugal continental até ao próximo dia 26 de agosto.
No caso de Almada, uma vez que o balcão do Pragal vai ser sujeito a obras e só depois destas estarem concluídas é que o balcão central de Almada é transferido, não há ainda uma data conhecida para a extinção da agência. Outra das questões que preocupa o STEC, a Comissão de Trabalhadores e o PCP é o facto da agência central de Almada se encontrar num imóvel propriedade da CGD, enquanto que o balcão do Pragal está instalado um edifício alugado.
Recorde-se que nos últimos 10 anos foram encerradas no concelho de Almada nove agências: Sobreda, Feijó, Cacilhas, praça São João Batista, Estação do Pragal, Monte de Caparica, Faculdade de Ciências e Tecnologia, rua da Liberdade e Almada Forum.
Jorge Canadelo explica ainda que há trabalhadores que vão ser recolocados noutras agências, outros vão reformar-se e “a administração está a fazer listas no sentido de propor rescisões de contratos aos trabalhadores e depois acaba por não haver reforço da própria agência do Pragal, que já tinha poucos quadros”. Além disso, o coordenador da Comissão de Trabalhadores alerta também para a situação do balcão do Laranjeiro. “Quando encerrar a agência de Corroios, os clientes vão para a agência do Laranjeiro, que tem poucos trabalhadores e onde vai ser pior o serviço”, afirmou.
Entretanto, o grupo parlamentar do PCP solicitou a presença do ministro das Finanças, Fernando Medina, na Assembleia da República “não só para esclarecimentos mas também para que o governo informe quais são efetivamente as orientações para o banco público”, adiantou a deputada Paula Santos.
O ALMADENSE contactou a CGD para obter mais esclarecimentos sobre os planos para as agências de Almada, mas não obteve resposta às questões colocadas.