Agência Lusa
31 dez 2021, 19:00
A greve de dois dias dos trabalhadores do grupo CGD levou ao encerramento de cerca de 70% dos balcões do banco, disse o dirigente do sindicato que convocou a paralisação.
A greve de dois dias dos trabalhadores do grupo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) levou ao encerramento de cerca de 70% dos balcões do banco, disse hoje o dirigente do sindicato que convocou a paralisação.
“Ontem [quinta-feira] a adesão à greve levou ao encerramento de quase 70% dos balcões e hoje estimamos que tenha sido um pouco superior”, afirmou à Lusa o presidente da direção do Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC), Pedro Messias.
“Fazemos um balanço positivo dos dois dias de greve e esperamos que a Caixa tire a devida ilação”, sublinhou o dirigente sindical.
Pedro Messias disse que, para já, não estão previstas novas ações de luta, mas indicou que a greve às horas extraordinárias decorre até 14 de janeiro e que esta medida “tem toda a probabilidade de vir a ser renovada”.
O dirigente do STEC criticou os números avançados pela administração do banco na quinta-feira, segundo os quais a adesão à greve foi menor que a registada pelo sindicato.
Segundo o sindicalista, a administração da CGD não considerou nos números da greve “muitas agências que não estiveram a funcionar apenas porque o responsável da agência estava lá dentro”.
A Lusa questionou fonte oficial da CGD sobre os números de adesão à greve de hoje, que remeteu para o balanço feito já na quinta-feira pela administração do banco.
“Nós temos menos de 30 agências apenas encerradas, portanto os clientes estão a ser servidos, além das plataformas ‘online’”, afirmou na quinta-feira o administrador da CGD José João Guilherme, em declarações à comunicação social na sede do banco, em Lisboa.
O administrador remeteu ainda para fatores como o período da greve – entre o Natal e o Ano Novo, “em que muita gente faz ponte devido a estas tolerâncias de ponto” – e para o contexto pandémico e para o apoio aos filhos por parte de funcionários, que poderão ter contribuído para o encerramento destas agências.
Posteriormente, em comunicado, o banco público indicou que na quinta-feira estiveram abertas ao público “mais de 94% das agências e a totalidade dos gabinetes da Caixa”, acrescentando que “foi processado um volume de transações de clientes superior em 20% face ao dia de ontem [quarta-feira]”.
Já a dirigente sindical do STEC Joana Carvalho disse à Lusa na quinta-feira que a greve de dois dias está “a ser um sucesso”, mas não quantificou.
“Não temos números, mas sabemos, de uma forma generalizada, que está a ser um sucesso de norte a sul. Os balcões que estão a funcionar estão a funcionar de forma deficitária”, disse Joana Carvalho.
“O objetivo desta greve é os trabalhadores mostrarem o seu descontentamento com tudo o que está a acontecer na Caixa Geral de Depósitos, e isso engloba as condições de trabalho, a questão dos aumentos salariais e engloba toda a forma como esta administração nos tem vindo a tratar enquanto trabalhadores”, referiu a sindicalista.
Em comunicado durante a manhã de quinta-feira, a CGD lamentou a greve, convocada “em pleno processo de negociação de revisão salarial”, garantindo que a tabela de remuneração do banco “é muito superior” à dos concorrentes.
Afirmando que se “comprometeu com os sindicatos a apresentar uma proposta, o que efetivamente fez”, a Caixa salientou que, “apesar da falta de acordo, as negociações continuam, à semelhança dos restantes bancos”.
Os trabalhadores da CGD estão em greve contra a proposta de atualização salarial feita pela administração do banco.
Os trabalhadores do Grupo CGD defendem um aumento justo dos salários, considerando a “proposta de aumento salarial de cerca de 0,4% insultuosa e vergonhosa”, segundo o STEC.