Rita Neto
11 Maio 2022
Variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor atingiu o valor mais elevado desde março de 1993. Preços dos produtos energéticos estão em máximos de maio de 1985.
A taxa de inflação homóloga em Portugal acelerou para 7,2% em abril, o valor mais elevado desde março de 1993 e um aumento de 1,9 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirmam as estimativas anteriores.
“É o segundo mês consecutivo em que é ultrapassado o valor mais elevado registado em Portugal desde o início da série, em 1996”, afirma o INE. O aumento foi influenciado pelos produtos energéticos e alimentares não transformados.
Evolução do índice harmonizado:
Fonte: INEINE
Os dados indicam que o indicador de inflação subjacente (excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) continuou a acelerar em abril, passando de uma variação homóloga de 3,8% em março para 5%, “superior à taxa correspondente para a área do Euro que se fixou em 3,9%”.
O INE afirma que, olhando para os vários Estados-membros, “Portugal apresenta um perfil ascendente muito pronunciado nos últimos meses, situando-se acima da média da área do Euro desde janeiro de 2022. Em abril, esta diferença aumentou para 1,4 p.p.”.
A taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos foi de 26,7%, o “valor mais alto desde maio de 1985”, aponta o INE. Enquanto isso, o índice referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação de 9,4% (5,8% em março).
Comparando com março, o IPC teve uma variação de 2,2% (em março, a variação mensal foi 2,5%). “A variação média nos últimos 12 meses foi 2,8% (2,2% no mês anterior)”, refere o gabinete de estatísticas.
Já o índice harmonizado de preços no consumidor fixou-se em 7,4%, também em linha com a anterior estimativa do INE. É o “novo valor mais elevado registado desde o início da série do IHPC, em 1996”, diz o INE.
Estes dados permitem ainda perceber a evolução das rendas em abril. A variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi 2,4% em abril, acima dos 2,2% observados no mês anterior. O valor médio das rendas por metro quadrado registou uma variação mensal de 0,3% (0,2% no mês anterior), sendo que as regiões com a variação mensal positiva mais elevada foram os Açores e Lisboa com taxas de 0,6% e 0,3%, respetivamente.
(Notícia atualizada às 11h52 com mais informação)