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Juros dos novos créditos à habitação tiveram em julho a maior subida em quase 20 anos
EXPRESSO

1 setembro 2022 11:14
Diogo Cavaleiro

 

 

Taxa de juro média dos novos empréstimos fixou-se em 1,88% em julho, comparando com 1,5% no mês anterior, segundo o Banco de Portugal

 

Os juros dos novos créditos à habitação em Portugal registaram em julho um aumento mensal que não se verificava desde 2003, há quase 20 anos, sendo que este é o período em que há dados históricos do Banco de Portugal.

 

Esta maior subida mensal levou a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação de 1,47% em junho para 1,88% em julho.

 

“Esta evolução está em linha com a subida das taxas médias da Euribor em junho, pois existe, tipicamente, um desfasamento de um mês entre as taxas de juro Euribor e o seu reflexo nas taxas de juro aplicadas”, de acordo com o comunicado do supervisor divulgado esta quinta-feira, 1 de setembro.

 

Não é propriamente uma surpresa, tendo em conta a subida de juros no Banco Central Europeu, que dita depois a evolução destes indexantes bancários – e eles todos os dias têm aumentado. Na zona euro, a taxa de juro média destes créditos superou em julho os 2%.

 

Apesar de este agravamento atingir um valor inédito em praticamente duas décadas, a taxa de juro média não chegou ao valor mais elevado desse período. É, sim, a taxa de juro média mais elevada desde 2016.

 

Para as empresas, o aumento também foi relevante: “A taxa de juro média dos empréstimos às empresas voltou a aumentar e fixou-se em 2,63% (2,16% em junho)”.

 

Estes são os juros médios negociados entre os bancos e os seus clientes que no mês de julho concluíram as negociações para os seus créditos à habitação. Os clientes que já têm empréstimos vão sentido a atualização dos juros consoante o prazo do indexante associado ao seu crédito.

 

 

Subida nos juros de depósitos abranda

 

Olhando para os depósitos, os aumentos foram muito menos significativos – os bancos têm uma carteira relevante de aplicações dos clientes, não tendo grandes incentivos para as aumentar neste momento. Por isso, como o Expresso já deu conta, o aumento das remunerações (que não depende das Euribor) será mais gradual.

 

A taxa de juro média aumentou de 0,07% em junho para 0,09% em julho. É o segundo mês consecutivo de avanços, mas é de menor dimensão do que o registado na comparação mensal anterior. Ainda assim, desde janeiro de 2020 que não havia novos depósitos a um ano com uma remuneração desta magnitude.

 

Nas empresas, a taxa de juro média passou de 0,06% para 0,13%, estando nos valores mais elevados desde setembro de 2018.

 

 

(Notícia atualizada com mais informações pelas 11h26; notícia corrigida para retificar data incluído no quinto parágrafo de 2018 para 2016)

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