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Segunda-feira, 7 de Outubro, 2024

NOtÍCIAS DE IMPRENSA

Lucro da Caixa dispara 80% para 146 milhões no primeiro trimestre
ECO SAPO

Alberto Teixeira
12 Maio 2022

 

 

Banco público dá conta de uma melhoria generalizada do negócio no arranque do ano, apesar do impacto da guerra na Ucrânia, com receitas e volume de negócios a aumentarem em toda a linha.

 

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 146 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os resultados foram penalizados pelo reforço das imparidades para a pandemia.

 

O banco dá conta de uma melhoria generalizada do negócio no arranque do ano, apesar do impacto da guerra na Ucrânia, com a margem financeira a subir 14% para 272 milhões de euros e os resultados com comissões a aumentarem 16,7% para 147 milhões de euros.

 

As unidades em Moçambique e Angola ajudaram, mas também a atividade doméstica, segundo a Caixa, que demonstrou “evidentes ganhos de produtividade comercial evidenciados pelo crescimento do crédito nos segmentos de empresas e particulares e, neste último, nas vertentes habitação e consumo”. Aliás, o lucro em Portugal mais do que duplicou para 118 milhões, enquanto a atividade internacional aumentou os resultados em 28,7% para quase 38 milhões.

 

Os financiamentos às empresas e famílias aumentaram 1,8% para 51,1 mil milhões de euros (habitação avança 20% e consumo dispara 67%), e os recursos de clientes também subiram 1,7% para 81,1 mil milhões.

 

Sobre as comissões, o aumento das receitas deveu-se sobretudo às comissões associadas à colocação de fundos de investimento (+5,4 milhões de euros) e seguros financeiros (+3,9 milhões de euros) e ao aumento das transações com os diversos meios de pagamento, dada a progressiva reabertura da economia, explica o banco.

 

 

ROE a alinhar-se com Europa

 

A ajudar ainda nos resultados estiveram os ganhos nos outros resultados de exploração, que aumentaram 25,6 milhões, graças à venda de um terreno em Lisboa, na zona de Marvila. “Este ganho não recorrente ajudou a compensar o aumento dos custos de supervisão e resolução registados no primeiro trimestre de 2022, face a março de 2021″, refere a Caixa. Os custos regulatórios para o ano de 2022, num total de 73,5 milhões de euros, foram contabilizados na íntegra no primeiro trimestre, adianta o banco.

 

A instituição liderada por Paulo Macedo diz que o resultado permitiu subir a rentabilidade dos capitais próprios (REO) em três pontos percentuais para os 7,2% no final de março, “um nível já mais em linha com o que é verificado a nível europeu”, lembrou a administradora financeira, Maria João Carioca, na apresentação dos resultados.

 

Do lado dos custos, os encargos com pessoal aumentaram 20% para 194,3 milhões de euros.

 

 

Imóveis em mínimos desde 2008

 

Olhando para a qualidade da carteira de crédito, o rácio de malparado baixou 0,8 pontos percentuais, passando dos 3,6% para 2,8% no final de março. O rácio de malparado líquido manteve-se nos 0%. E isto enquanto os imóveis detidos para venda reduziram 8,2% para 368 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2008, assinala a Caixa.

 

“O contexto reserva cautela e atenção para manter este desempenho” na qualidade do crédito, disse Carioca aos jornalistas.

 

Quantos aos rácios de solvabilidade, o rácio CET 1 melhorou 0,2 pontos percentuais para 18,2%. A Caixa dispõe de uma posição de solidez financeira acima dos níveis em Portugal e Europa.

 

O banco acabou de anunciar um dividendo de 241 milhões de euros ao Estado relativamente aos resultados do ano passado. Em março avançou com a recompra de títulos AT1 no valor de 500 milhões de euros e que vai permitir poupanças de quase 50 milhões por ano e aumentar a capacidade de a Caixa gerar lucros.

 

 

(Notícia atualizada às 17h43)

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