Alberto Teixeira
5 Novembro 2020
Paulo Macedo está disponível para continuar a liderar a Caixa. “Há muito trabalho para fazer na Caixa”, disse o gestor, sem comentar as sondagens feitas junto de Carlos Moedas e Cristina Casalinho.
O atual conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) está em fim de mandato e Paulo Macedo diz estar disponível para continuar por mais quatro anos. O gestor considera que o seu trabalho no banco público não está terminado.
“Sim, estou disponível. Há muito trabalho a fazer na Caixa”, referiu Paulo Macedo na apresentação dos resultados da CGD relativos aos primeiros nove meses do ano.
“Há uma enormidade de coisas para fazer face aos desafios da banca. As receitas estão estagnadas, as margens estão a cair sem que se preveja subida das comissões. As pessoas mostram que querem ir menos às agências. Há uma estrutura que hoje as pessoas não querem pagar”, acrescentou mais tarde Paulo Macedo sobre o que ainda pretenderá fazer à frente do banco.
O gestor não esqueceu ainda o tema da consolidação e da “agressividade” com que alguns outros bancos estão a abordar esta tendência. Paulo Macedo já o tinha dito e repetiu que “A consolidação não é indiferente à Caixa” e sublinhou que o banco não pode perder competitividade.
Instado a comentar as sondagens junto do ex-comissário europeu Carlos Moedas e da presidente do IGCP, Cristina Casalinho, o gestor recusou fazer comentários. “Relativamente à disponibilidade das pessoas, a primeira coisa é perguntar às pessoas se estão disponíveis”, disse Paulo Macedo.
“Sim, estou disponível. Há muito trabalho a fazer na Caixa.”
Paulo Macedo
Presidente da CGD
O jornal Expresso (acesso pago) avançou no fim de semana que Moedas e Casalinho tinham sido sondados para integrar o próximo conselho de administração da Caixa. O antigo secretário de Estado de Passos Coelho, um dos nomes apontados para substituir o presidente não executivo do banco, Rui Vilar, não se terá manifestado disponível para o lugar.
O banco contratou a empresa de caça talentos a Egon Zehnder para identificar candidatos a administradores para propor ao Estado. “É uma prática que é normal”, frisou Paulo Macedo.
A CGD viu o lucro cair 39% para 392 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um resultado explicado em grande medida pelo registo de imparidades e provisões no valor de 220 milhões para fazer face à crise pandémica.
(Notícia atualizada às 18h28)