Lusa
14 Dezembro 2022
“Enquanto não se acabar com esta política dos baixos salários, não há apoios que resolvam o problema das pessoas”, diz dirigente da CGTP, Andreia Araújo.
As centrais sindicais UGT e CGTP consideraram esta quarta-feira que o novo apoio de 240 euros para as famílias mais vulneráveis é bem-vindo, mas defenderam que mais importante que os apoios é aumentar salários e pensões.
“Entendemos que, num momento destes, em que a inflação está como está e os problemas das famílias são muito grandes, qualquer apoio é importante”, começou por dizer a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, à entrada de uma reunião da Concertação Social.
“Agora, o que nós entendemos é que é muito mais importante do que isso que comece a haver salários que sejam dignos. A nossa política de baixos salários é que faz com que depois tenha de haver estes apoios, que são apoios uma vez e depois tão cedo não serão e as pessoas continuam a viver com dificuldades“, acrescentou a dirigente da UGT.
Também a dirigente da CGTP, Andreia Araújo, considerou que, “no momento atual, todos os apoios são bem-vindos”, mas sublinhou que, “enquanto não se acabar com esta política dos baixos salários, não há apoios que resolvam o problema das pessoas que precisam de comer todos os dias”.
“O que é necessário é que haja um aumento significativo dos salários e das pensões”, afirmou a dirigente da comissão executiva da intersindical.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou o pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia. A medida será aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira e foi anunciada durante uma entrevista à revista Visão, que será divulgada na íntegra igualmente na quinta-feira.
“Esta semana, o Conselho de Ministros vai aprovar um outro aumento, para as famílias mais vulneráveis, de uma prestação extraordinária de 240 euros, que corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre”, revelou o chefe do Governo à Visão.