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Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos
Fotografia: © Miguel A. Lopes / Lusa

Presidente da CGD teme que taxas de juro cheguem aos níveis da crise financeira de 2008 e 2010
TSF

Por Rita Costa e Rui Oliveira Costa
26 Julho, 2022 – 18:54

 

 

O presidente da Caixa Geral de Depósitos diz que se a subida das taxas ficarem nos 2%, as famílias vão resistir “com muitas dificuldades”.

 

O presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, avisa que, caso as taxas de juro atinjam os níveis da crise financeira de 2008, a situação pode ficar muito difícil para as famílias e para as empresas.

 

Ainda assim, Paulo Macedo acredita que se a subida chegar apenas aos 2%, as famílias serão capazes de suportar o aumento, ainda que com algumas dificuldades.

 

“É sempre uma dificuldade. Diminui-se sempre o rendimento disponível das famílias, mas se as taxas de juro ficarem nestes níveis, é algo que, com o desemprego baixo como o nosso, a situação será comportável com muitas dificuldades. A questão é se as taxas de juro vão para valores acima dos 400 pontos. Reparem que os 200 pontos são muitíssimo inferiores aos 400 pontos que tínhamos, por exemplo, em 2008 ou 2010”, explica o presidente da Caixa Geral da Depósitos durante uma apresentação na iniciativa “Fora da Caixa”, promovida pelo banco.

 

O presidente da instituição financeira afirma ainda que por via do aumento dos juros, a margem financeira dos bancos vai aumentar e isso pode começar a notar-se nos próximos resultados dos bancos.

 

“Vão ver nas demonstrações de resultados dos bancos, que penso que vão apresentar todos contas entre esta semana e a próxima segunda-feira, vai haver algum aumento de margem financeira, mas ainda muito pouco”, refere.

 

Relativamente aos preços da energia, Paulo Macedo tem uma certeza: “Acreditamos neste crescimento significativo neste ano e acreditamos num crescimento reduzido para o ano que vem, que tem muitas contingências. Como todos sabem, só o corte ou não de gás à Alemanha pode desencadear uma recessão imediatamente. A nós parece-nos que haverá uma parte que depende da questão da guerra e há outra que tem a ver com a transição climática. O preço da energia não vai voltar aos níveis que era.”

 

“Há uma parte que vai ter de ser absorvida e outra que esperemos que normalize. O que nós vimos foi, primeiro, um aumento do preço dos combustíveis, em especial do gás. Depois tivemos um aumento do preço de vários produtos alimentares e isto leva às maiores inflações da história da Europa”, esclarece Paulo Macedo.

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