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Fotografia: © Reuters

Sindicato acusa CGD de esquecer trabalhadores e pede intervenção tutelar
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03/03/23 09:15 ‧  por Lusa

 

 

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) exigiram hoje a intervenção da tutela e da Assembleia da República, lamentando que, apesar dos “lucros fabulosos” conseguidos em 2022, os trabalhadores tenham sido esquecidos.

 

Em comunicado, o sindicato considera que os verdadeiros protagonistas dos resultados apresentados pela CGD são os trabalhadores e sublinha que, no processo de revisão salarial em curso a empresa “teima em manter a sua posição intransigente” de não ultrapassar os 5,1% de aumento da massa salarial.

 

Além disso, acrescenta, a instituição “insiste na ameaça de unilateralmente avançar com um adiantamento de 4%”, que o sindicato considera insuficiente para fazer face aos aumentos dos preços decorrentes da inflação.

 

“Deixaria de fora desse adiantamento os reformados e pré-reformados”, sublinha.

 

O STEC tinha proposto um valor igual de 95 euros de aumento para todos os níveis remuneratórios, uma proposta que a estrutura sindical considera “perfeitamente comportável com a sustentabilidade financeira de uma empresa que acaba de apresentar 843 milhões de lucro”.

 

Ao avançar com um adiantamento unilateral, a administração da CGD “estará a afrontar um conjunto de princípios que o STEC considera inegociáveis”, lembra o sindicato, dando como exemplo o desrespeito do direito de contratação coletiva.

 

“Colocará em causa a agenda para o trabalho digno e o acordo de concertação social que o Governo aprovou e ergueu como bandeira, ao impor unilateralmente adiantamentos salariais”, insiste.

 

Considera ainda que a CGD, ao ameaçar com o adiantamento unilateral de 4%, pretende “desvalorizar e subverter o papel dos sindicatos” e que, com tal decisão, fomentará a desigualdade geracional, “abrindo um grave precedente e procurando dividir quem é hoje do ativo, daqueles que ao longo de uma vida construíram a CGD e estão agora na reforma e na pré-reforma”.

 

Além disso — insiste o sindicato -, se avançar com um adiantamento salarial “abaixo do justo e necessário”, a empresa está a ignorar “a alta taxa de inflação (…), bem como o contínuo aumento dos bens essenciais”.

 

Aponta igualmente os “sacrifícios pessoais e familiares exigidos” aos trabalhadores, denunciando “pressões laborais”, “assédio” e “ameaças” e sublinhando as “milhares e milhares de horas trabalhadas e não pagas”.

 

“Falamos da necessidade de um aumento salarial justo que fique vertido inequivocamente na tabela salarial e que se reflita em todos os trabalhadores, pré-reformados e reformados, permitindo-lhes fazer face aos abruptos aumentos de preços de todos os bens e que jamais terão reversão”, insiste o sindicato.

 

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) divulgou na quinta-feira lucros de 843 milhões de euros em 2022, mais 45% do que em 2021.

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