stec_logo
Quinta-feira, 12 de Setembro, 2024

NOtÍCIAS DE IMPRENSA

10_02_dinheirovivo

Desde 2012, foram encerrados mais de 300 balcões, que levaram à dispensa de 3.500 trabalhadores.
Fotografia: © João Manuel Ribeiro / Global Imagens

Sindicato alerta CGD e Governo para a falta de trabalhadores e burnout dos ativos
DINHEIRO VIVO

Dinheiro Vivo / Lusa
02 Outubro, 2023 • 09:37

 

 

STE acusa a CGD de promover o trabalho precário por recorrer ao outsourcing.

 

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas (STE) do Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) alertou esta segunda-feira a administração da Caixa e o Governo para a “falta de respostas” para os problemas dos trabalhadores.

 

Numa carta aberta endereçada à administração da CGD, ao ministro das Finanças, Fernando Medina, e ao primeiro-ministro, António Costa, o STE diz ter vindo ao longo do tempo a denunciar várias situações vividas pelos trabalhadores e que até agora não foram resolvidas.

 

Em causa, por exemplo, está a falta de pessoal. O encerramento, desde 2012, de mais de 300 balcões levou à dispensa de 3.500 trabalhadores.

 

“Não é sequer possível acreditar que não saibam que na Caixa há cada vez mais trabalhadores exaustos, doentes e a sofrer de burnout, que muitas vezes vêm trabalhar para não serem penalizados, sem tempo para a família e para eles próprios, para quem é cada vez mais difícil exercer elementares direitos de cidadania, sem ter de lidar com o cancro do assédio moral, das ameaças diretas e veladas, das pressões e do medo”, refere o STE.

 

O STE realça a “gritante falta de trabalhadores, sendo cada vez mais notória e forte a presença do outsourcing, o que faz da CGD, o único banco público, um promotor de trabalho precário”.

 

Cabe-nos, então, perguntar: onde param as promessas de justiça social, igualdade de tratamento, salários justos, proteção à família e à parentalidade, dignidade no trabalho, combate às injustiças sociais, quando a vossa prática, na CGD, aponta no sentido contrário”, questiona o STE.

 

Por estes motivos, o sindicato, exige que a administração da Caixa e o Governo tenham uma atitude diferente, sublinhando que estes “não devem ter em conta apenas os resultados do exercício”.

 

Na carta, o STE lembra que a Caixa, como toda a banca, tem vindo a apresentar os maiores lucros de sempre, tendo no exercício de 2022 e nos primeiros seis meses deste ano acumulado um lucro da ordem de 1,5 mil milhões de euros.

 

“É gritante a falta de respostas e a enorme insensibilidade da administração a todos estes problemas, bem como as desculpas “esfarrapadas” dos responsáveis do Governo, único acionista, que dizem não se querer meter na gestão da Caixa e fazem de conta que está tudo bem, talvez porque o que lhes importa é apenas que os dividendos sejam cada vez maiores”, é referido na missiva.

 

Por isso, o STE pede uma valorização dos trabalhadores, condições dignas de trabalho, do aumento do quadro de pessoal e aumento salarial.

03_17_cartoon_dia-do-pai