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Sindicato da CGD diz que “greve foi um enorme êxito” com adesão acima de 70%
JORNAL ECONÓMICO
Maria Teixeira Alves
10 Agosto 2021, 15:17
 
 
“Esta adesão é a prova objetiva que os trabalhadores se identificam com os motivos subjacentes à convocação da Greve”, que decorreu ontem, diz o sindicato dos trabalhadores da CGD em comunicado.

 

“A Greve foi um enorme êxito, com uma adesão superior a 70%, verificaram-se centenas de Agências encerradas e outras com a porta fechada sem condições para prestar qualquer atendimento ou realizar operações dado que apenas se encontravam com a gerência”, diz a direção do STEC (Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos).
 
“Esta adesão é a prova objetiva que os trabalhadores se identificam com os motivos subjacentes à convocação da Greve”, que decorreu ontem, diz o sindicato.
 
O STEC responde ainda à CGD que disse que se assiste “a uma banalização do direito à greve”. “A única coisa que se tem banalizado na CGD nos últimos anos é o assédio moral, as ameaças e a coação praticados sobre os trabalhadores”, diz o sindicato.
 
Num comunicado o STEC rebate os argumentos invocados pela Caixa, sobre o facto de as remunerações serem muito acima da restante Banca. “Para além de ser falsa esta afirmação, demonstra bem a génese de quem a profere que tem como único objetivo, dividir para reinar. Curiosamente, esta afirmação parte daquela que é a Administração mais bem paga da história da CGD, cujas remunerações ascendem a cerca de 4 milhões de euros/ano”, dizem.
 
“É falso que a CGD se tenha comprometido em apresentar uma proposta de aumento salarial em setembro. Foi apenas manifestada uma mera intenção, isto após terem decorrido três reuniões com o STEC no Ministério do Trabalho em que a CGD se recusou, sempre e em todas elas, a apresentar uma proposta, violando o estabelecido na lei”, afirmam.
 
“Diz a CGD que aos trabalhadores que têm escolhido sair da caixa são apresentadas as melhores condições da banca. Falso, os trabalhadores na maioria dos casos não têm escolhido sair da Caixa, têm sido empurrados para fora dela pois caso não aceitem as propostas de Rescisão e Pré-Reformas são vítimas de um conjunto de práticas que configuram assédio moral”, acusa o maior sindicato da CGD.
 
A CGD acusou ontem o STEC de “insensibilidade” devido à data escolhida para a convocação da greve pois dizem prejudicar os clientes mais desfavorecidos e com menor literacia financeira.
 
O que o STEC diz ser “falso”, e atira que a administração da Caixa, entre 2017 e 2020, “fechou mais de 150 Agências deixando milhares desses clientes desprovidos daquele que era o seu banco de referência. Onde estava a preocupação com os clientes mais desfavorecidos aquando do fecho dessas agências?! Esta Greve foi também convocada em defesa dos clientes da CGD pelo cumprimento do papel de serviço público e por melhores condições de atendimento”, refere o sindicato.
 
Ontem, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) veio a público garantir que teve 80% das suas agências abertas, apesar da greve dos trabalhadores do grupo que foi convocada para esta segunda-feira.
 
“Temos 20% das agências encerradas. Naturalmente, que em algumas há transtornos que decorrem, sobretudo, desta greve atingir os mais vulneráveis, que são os reformados”, afirmou o administrador da CGD, José João Guilherme, que falava aos jornalistas à margem da manifestação dos trabalhadores do banco, em Lisboa.
 

“Importa ainda relembrar que ao longo da sua história a CGD sempre pagou dividendos ao Estado, o curto tempo em que tal não ocorreu, apenas se deveu a uma Gestão danosa e impune, que obrigou ao dito plano de reestruturação”, acusa ainda a estrutura sindical.

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