Augusto Correia
12 agosto. 11:18, atualizado às 12:39
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD diz de que a Administração da Caixa geral de Depósitos vai encerrar 23 balcões, com maior incidência nas regiões de Lisboa e Porto, ainda no mês de agosto.
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas (STEC) do Grupo CGD revelou, em comunicado, que a administração da Caixa Geral de Depósitos ordenou o encerramento de 23 balcões, até ao fim do mês, maioritariamente nas regiões de Lisboa e Porto.
O STEC, que diz desconhecer os motivos, entende que os encerramentos visam reduzir despesas, “à custa da desvalorização da capacidade da CGD enquanto Banco Público”. Uma ação que levará a “um inevitável congestionamento dos restantes balcões” das áreas afetadas, “apesar destes já não conseguirem atualmente dar uma resposta adequada ao serviço”.
De acordo com o STEC, entre 2012 a 2022 saíram da CGD mais de 3300 trabalhadores e que neste período o banco público encerrou mais de 300 agências em Portugal. “Um número avassalador”, lamenta o sindicato. “Trata-se, em muitos casos, da entrega de bandeja de negócio rentável e lucrativo aos bancos privados, perdendo-se com isto centenas, ou mesmo milhares, de clientes particulares e empresariais”, acrescenta o comunicado.
“Neste cenário de claro abandono da CGD de vastas e povoadas zonas do país, o Governo não se pode demitir da sua responsabilidade no que respeita à coesão territorial”, acrescenta o STEC, lembrando que a CGD é o único Banco Público em Portugal.
“Não basta apregoar a defesa da CGD como Banco Público e receber as centenas de milhões de dividendos gerados pelo esforço dos seus trabalhadores, é fundamental que o Estado defina as orientações estratégicas que o banco deve assumir, nomeadamente as suas responsabilidades quanto ao interesse público e às necessidades das populações, assegurando-lhes um serviço de proximidade e de qualidade”, argumenta o STEC no comunicado.