Maria Teixeira Alves
17 Dezembro 2021, 16:01
“Com o aumento proposto pela CGD os trabalhadores continuarão a perder poder de compra, o que sucede desde 2010, dado que desde esse ano apenas ocorreram três atualizações salariais na Empresa a que acresce os 4 anos de carreira (2013-2016) completamente apagados”, aponta o STEC.
Nos últimos dois dias do ano e antes do ano novo, os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos vão estar em greve para reivindicar uma melhor proposta de aumento salarial, já que a cerca de 0,4% “é vergonhosa e insultuosa”.
“O STEC, a Organização Sindical mais representativa dos trabalhadores do grupo CGD, convocou uma greve no grupo CGD para os próximos dias 30 e 31 de dezembro, bem como uma concentração para o dia 30 de dezembro pelas 12h00s – junto à sede da CGD na Avenida João XXI”, refere o sindicato.
O STEC lembra que “esteve desde o início deste processo com total responsabilidade e disponibilidade para negociar, mas não pode aceitar a desconsideração reiterada da Gestão sobre os trabalhadores da CGD”.
“A postura da administração da CGD de total sobranceria, intransigência e desrespeito para com os trabalhadores não pode deixar ninguém indiferente”, diz ainda a mesma organização.
O sindicato lembra que a CGD entre 2020 e os primeiros nove meses de 2021 alcançou, um resultado próximo dos mil milhões de euros, “os maiores lucros de toda a banca em Portugal, um valor astronómico, demonstrativo da forte solidez financeira da empresa, que possibilitou a entrega ao Estado de um dividendo extra de 300 milhões de euros”.
“São muitos e muitos milhões que foram alcançados com o trabalho, empenho e dedicação de todos os trabalhadores, mas para a administração da CGD esse trabalho vale a miserável recompensa de 0,4% de aumento salarial”, diz o comunicado do STEC, que lembra que a inflação prevista para 2021 é superior a 1%.
“Com o aumento proposto pela CGD os trabalhadores continuarão a perder poder de compra, o que sucede desde 2010, dado que desde esse ano apenas ocorreram três atualizações salariais na Empresa a que acresce os 4 anos de carreira (2013-2016) completamente apagados”, aponta o STEC.
O sindicato critica assim a administração liderada por Paulo Macedo.
“Estamos a chegar ao final do ano sem qualquer atualização salarial e a disponibilidade da CGD para voltar a sentar-se à mesa das negociações, será apenas no final do corrente mês, mais uma vez, numa postura de desconsideração e afronta”, diz a estrutura sindical que acrescenta que a isto “soma-se a contínua deterioração e degradação das condições de trabalho, e o facto grave e perigoso da CGD não cumprir com o horário de trabalho legalmente estabelecido”.
“A administração da CGD não pugna pelo diálogo e pela paz social na empresa, bem pelo contrário, ignora os trabalhadores, praticando a política do ‘chicote’ da exigência, tendo agido de má-fé em todo este processo negocial de atualização da tabela salarial”, conclui o comunicado.