7 Dezembro 2021 9:56
Isabel Vicente
O sindicato mais representativo do banco público marcou uma greve ao trabalho suplementar não pago que começa já dia 13 de dezembro e vai até 14 de janeiro de 2022.
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo CGD, STEC, convocou esta terça-feira uma greve “à prestação de trabalho suplementar no período das 0h (zero horas) do dia 13 de dezembro de 2021 às 24h do dia 14 de janeiro de 2022”.
Os trabalhadores da CGD, diz o STEC, “não estão dispostos a abdicar do seu direito à saúde e à conciliação da vida pessoal, familiar e profissional estabelecido na Constituição da República e no próprio Código de Conduta da CGD”, que são “valores, aliás, amplamente distinguidos nos sucessivos relatórios de sustentabilidade da empresa”.
Esta é a segunda greve agendada este ano pelos trabalhadores da CGD. A última ocorreu em agosto e deveu-se a protestos contra o facto de a administração da CGD tardar em encetar negociações. Os trabalhadores tinham em cima da mesa uma proposta de aumento salarial de 2%.
O sindicato liderado por Pedro Messias diz não aceitar “esta contínua degradação dos seus interesses e da sua dignidade. São diariamente explorados, acumulando o trabalho de dois e três trabalhadores, sem horário de saída, sem descanso, sem perspetivas, realizando anualmente milhares de horas extra não pagas”.
Esta greve serve, segundo o comunicado, para mostrar à gestão, liderada por Paulo Macedo, que “não são invisíveis, que o seu trabalho conta e que … tem de ser reconhecido”.
Os trabalhadores, lê-se no comunicado do sindicato, querem que seja cumprido “o horário máximo de trabalho, que consta no Acordo de Empresa e no Acordo Coletivo de Trabalho; uma hora de descando para almoço”. Assim como reivindicam à administração “que o controlo de horário de trabalho em todos os locais de trabalho, seja nos serviços centrais, seja em agências ou outros, se processe por meios eletrónicos, garantindo o reconhecimento inequívoco do trabalho prestado e o seu devido pagamento”.
Os trabalhadores dizem que a administração da CGD “insiste em manter o registo dos tempos de trabalho em todas as agências através do livro de ponto em papel, contrariando a tão apregoada aposta no digital e descurando por completo o vetor da responsabilidade ambiental que constitui um compromisso da CGD”.
E terminam o comunicado sinalizando a exigência do “fim das práticas de pressão e de assédio que levam a um clima de medo que se está a viver em toda a Caixa Geral de Depósitos no que respeita às relações de trabalho”.