Carta aberta ao governo e aos partidos:
CGD com lucros cada vez mais elevados
Trabalhadores com salários cada vez mais reduzidos!
Numa altura em que a campanha eleitoral domina as televisões e os jornais, há um tema que tem merecido um grande destaque nas intervenções da maior parte dos Partidos – a necessidade urgente de subir os salários, sinónimo de uma vida melhor para os trabalhadores, com consequências na dinamização da economia e numa política retributiva de salários mais altos, inequívoco fator essencial ao desenvolvimento.
Por outro lado, assistimos a uma grande subida da inflação que, em 2021, foi de 1,3% e que em 2022 se perspetiva ser bastante mais alta. O aumento constante do preço dos combustíveis, está a fazer disparar os preços em diversos bens essenciais de consumo, com reflexos graves no aumento do custo de vida, com tendência para piorar, o que se traduz numa acentuada perda do poder de compra.
Ora, é precisamente neste quadro que os trabalhadores da CGD são confrontados com uma proposta da gestão que, em contraponto com a situação antes enunciada, e após um ano sem qualquer disponibilidade para negociar a tabela salarial, surge no Ministério do Trabalho a apresentar para 2021… um aumento salarial de 0,4%!!!
Apresentar semelhante proposta a quem tem um horário de trabalho de 7 horas, mas que é forçado a trabalhar 9 e 10 horas diárias sem qualquer pagamento de horas extraordinárias, para conseguir atingir os lucros que a CGD apresenta, assume-se, aos olhos destes trabalhadores, como um incompreensível e grosseiro insulto. Além de que sob o ponto de vista económico e de gestão é perfeitamente exequível, e de extrema importância motivacional que uma parcela justa dos ganhos de produtividade seja partilhada com os trabalhadores, até porque são eles o fator chave em qualquer empresa.
Pôr fim a uma cultura de paz social e responsabilidade coletiva na CGD parece ser o modelo de gestão que esta Administração perfilha. No entanto, a razão por que o faz, já é algo que o Governo deveria explicar, porque falamos de um Banco público, de um Banco que é por si tutelado.
Num país, onde a premência de acelerar o desenvolvimento económico é uma evidência;
Num país, cuja economia tem uma necessidade urgente de evoluir para salários mais altos, como todos dizem defender, incluindo o primeiro-ministro;
Num país, que está a subir o salário mínimo e que, por isso mesmo, não pode deixar de assegurar a subida dos restantes salários… que resposta dar à situação que a seguir colocamos:
– A CGD, o Banco público, o maior Banco do país, o que mais merece a confiança da população e mais clientes tem, o que mais lucros apresenta, o que, amiúde, é chamado a salvar Empresas e até mesmo Bancos, como pode ter o desplante de pretender reduzir o rendimento salarial dos seus trabalhadores, daqueles que são os grandes responsáveis pela sua atividade, pela sua imagem e pelos seus vultuosos lucros?
A esta pergunta, os trabalhadores e aposentados da CGD, esperam do Governo, que tutela a CGD e desta acaba de receber centenas de milhões de Euros de dividendos, bem como dos vários Partidos candidatos às eleições de 30 de janeiro, uma resposta clara e concisa!
Lisboa, 20 janeiro 2021
A Direção do STEC