Realizou-se hoje um Plenário Nacional de Delegados Sindicais do STEC, bastante participado, com a presença de mais de uma centena de Delegados, em que foi abordado o preocupante momento que se vive na Empresa quanto à generalizada degradação e deterioração das condições de trabalho, onde se incluem as Negociações Salariais para o ano de 2024.
Tendo ocorrido ontem a terceira reunião negocial entre o Grupo Negociador do STEC e da CGD, com a Administração a persistir em propostas de aumentos salariais irrisórios e absurdos, a última de 3,25%, é manifesta a desvalorização do fator trabalho nos lucros recorde que a CGD se prepara para apresentar, superiores a 1000 milhões de euros.
É inaceitável e inadmissível que a Administração da CGD, a mais bem paga na história deste Banco, insista na tentativa de ludibriar a opinião pública e os trabalhadores com comunicações como a verificada no dia de ontem (15-02-2024), em que são apresentados um conjunto de dados de origem duvidosa e engenhosamente produzidos, com o intuito de subverter a realidade dos factos, denegrir a imagem pública dos trabalhadores e reformados da CGD e omitir a real perda de poder de compra acumulada nos últimos anos!
Chegou o momento de dizer BASTA, ao desrespeito e desconsideração protagonizados por esta Administração, pelo que os Delegados Sindicais do STEC apoiam a convocação de uma GREVE para o próximo dia 1 de março através da aprovação da Moção infra, como primeira resposta à intransigência e inflexibilidade desta Administração:
MOÇÃO
Considerando:
- Que a CGD vai ser mais uma vez a Instituição Bancária nacional que mais lucros irá alcançar em 2023, atingindo um resultado histórico que superará folgadamente os mil milhões de euros, para os quais o contributo dos trabalhadores foi determinante, com um aumento significativo da sua produtividade;
- A demonstração de boa-fé negocial do STEC no processo de negociação salarial para 2024 que iniciou com uma proposta de 7% de aumento e um mínimo de 125 euros, agora reformulada para 5,9%, e um mínimo de 110 euros, tendo a CGD contraproposto um valor inadmissível de 3,25%!;
- A perda acumulada de poder de compra que está a afetar gravemente os Trabalhadores, Pré-reformados e os Reformados da CGD, que face ao aumento dos preços, viram os seus salários e pensões sofrer nos últimos 5 anos uma diminuição na ordem dos 5.9%;
- A injustiça da não reposição dos 4 anos na carreira (2013-2016) que indevida e injustamente nos foram retirados;
- O silêncio ensurdecedor da CGD perante os factos gravosos denunciados pelo STEC na Campanha Pela Dignidade no Trabalho, nomeadamente, a gritante falta de condições de trabalho nas Agências;
- A redução cega de milhares de trabalhadores e o encerramento de centenas de balcões que tem vindo a deteriorar a missão da CGD como Banco Público e a impedir que continue, como lhe compete, ao serviço das famílias e das Empresas;
- A contratação de centenas de trabalhadores no regime de Outsourcing, que está a transformar a CGD – Uma Empresa 100% Pública – num promotor da precariedade laboral.
Os Delegados Sindicais do STEC, reunidos em Lisboa, em 16 de fevereiro 2024, deliberam:
- Repudiar a proposta de atualização salarial absurda e imoral da Administração da CGD de 3,25% que denota uma gritante insensibilidade e desvalorização do fator trabalho nos vultuosos lucros alcançados;
- Exigir da Administração da CGD uma negociação efetiva da Tabela Salarial e Cláusulas de Expressão Pecuniária para 2024, que permita recuperar a enorme perda de poder de compra a que os Trabalhadores, pré-reformados e reformados foram sujeitos nos últimos anos;
- Exigir à Administração da CGD a implementação urgente de medidas que solucionem a grave degradação das condições de trabalho na CGD, nomeadamente, nas Agências: quanto à falta de trabalhadores, aumento do tempo de espera no atendimento aos clientes, trabalho suplementar não pago, objetivos irrealistas, sistemas informáticos deficitários, assédio moral com as denúncias arquivadas e silenciadas pela Empresa;
- Apoiar a Direção por todas as formas possíveis e legais, para que seja feita justiça na reivindicação da contagem dos anos de 2013 a 2016, exigindo ao próximo Governo o reconhecimento desses 4 anos de carreira apagados pela atual Administração, ao contrário de outros trabalhadores do Sector Empresarial do Estado e dos Serviços Públicos que, muito justamente, beneficiaram de medidas mitigadoras e compensatórias;
- Exigir que a Caixa Geral de Depósitos assuma a sua responsabilidade social enquanto Banco 100% PÚBLICO ao serviço da economia nacional e do país, acabando com o contínuo encerramento de balcões e apoiando as famílias quando estas mais necessitam, designadamente, perante os valores exorbitantes das taxas de juro que se traduzem em aumentos incomportáveis nas prestações mensais dos empréstimos à habitação;
Apoiar a Direção do STEC na apresentação de um pré-aviso de Greve para o dia 1 de março no Grupo Caixa Geral de Depósitos, convocando Trabalhadores, Pré-reformados e Reformados para a Concentração que ocorrerá nesse dia pelas 12:00 – junto à sede da CGD – Av. João XXI.
A Direção.