AUDIÇÃO DA COMISSÃO EXECUTIVA DA CGD NO PARLAMENTO
A Comissão Executiva da CGD foi chamada à Comissão de Orçamento e Finanças, em 10-01-2023 para esclarecer várias questões, nomeadamente o encerramento de Agências que têm deixado largas faixas da população sem acesso aos serviços bancários, produzindo afirmações e comentários, que pela sua gravidade exigem a resposta devida.
- “Trabalhadores da Caixa auferem em média 2500€ por mês” – uma afirmação que é uma falácia, a esmagadora maioria dos trabalhadores da CGD não aufere nem de perto, nem de longe, tal remuneração, a não ser que a Administração da CGD esteja a considerar as suas próprias remunerações (mais de três milhões de Euros anuais) para chegar a esta média!
- “Prémios de desempenho atribuídos aos trabalhadores”, mas escondendo que estes prémios, para além de terem plafonamentos minimalistas, logo descrentes na capacidade de concretização, sofrem na altura do seu pagamento cortes superiores a 70%, defraudando e enganando os trabalhadores, minando a sua confiança na Empresa e promovendo a sua desmotivação.
- “Encerramento de Agências, justificada pela poupança de 10 milhões de euros” quer isto dizer, que a CGD apesar de ser o único Banco Público, de apresentar lucros altíssimos, que em 2022 devem atingir os 1 000 milhões de euros, decide deixar umas centenas de milhar de portugueses sem acesso a serviços bancários… para poupar 10 milhões de euros?
- “Redução de milhares de trabalhadores foi obtida de forma natural”. Esqueceram-se de referir as muitas centenas de trabalhadores pressionados para abandonar a Empresa através de práticas deploráveis e que configuram um claro e condenável assédio moral.
O método, começava frequentemente com a retirada injustificada da Isenção de Horário de Trabalho (IHT) a que se seguia a convocatória do trabalhador para apresentação da proposta de Reforma Antecipada ou Rescisão de Contrato, ameaçando-o com a alteração de funções e transferência de local de trabalho, caso não aceitasse abandonar a Empresa. - “Proposta de aumento salarial da CGD de 3% da média ponderada” uma verdade inaceitável e vergonhosa, dado que os trabalhadores e reformados da CGD sofreram uma enorme perda de poder de compra no ano transato em que a inflação chegou a 7.8%, com um aumento da tabela salarial que não atingiu 1%, a que acresce a inflação prevista para 2023 de cerca de 7% (dados da OCDE) e numa Empresa que se vangloria de apresentar centenas e centenas de milhões de lucros, os maiores de toda a Banca!
- “O apoio extraordinário atribuído pela CGD em dezembro de 2022, que oscilou entre os 600€ e os 900€, foi atribuído a todos os trabalhadores” uma total falsidade, já que mais de 2000 trabalhadores ficaram excluídos do mesmo, tendo sido desta forma discriminados, fomentando-se o seu descontentamento e desmotivação.
- “O sistema inline (dispensador de senhas de atendimento) é perverso, porque faz aumentar os tempos de espera, permitindo aos trabalhadores decidir o seu ritmo de trabalho e parar para beber um, dois ou três cafés, enquanto o cliente espera. Sem as senhas, é o cliente que pressiona o trabalhador colocando-se à sua frente e forçando o atendimento”. Ora aqui está a explicação, para as filas sucessivas e desordenadas de clientes nas Agências, para as situações de violência, conflito e confusão que amiúde se verificam, para os protestos de quem chega a ter de esperar na rua, até à chuva, para que um trabalhador, funcionando como «porteiro» lhes abra a porta, e ainda para as queixas recorrentes de trabalhadores que não conseguem muitas vezes ter sequer condições para almoçar e se deslocarem à casa de banho!
Esta explicação para além de vergonhosa, mostra uma enorme desconsideração para com todos os trabalhadores das Agências, que diariamente mostram um empenho, dedicação e profissionalismo ímpares, no atendimento aos clientes, numa Empresa que tem depois o desplante de nem sequer lhes pagar o trabalho suplementar que… na prática, impõe diariamente!
Estamos perante um conjunto de inverdades, cujo objetivo será o de tentar atacar e denegrir a imagem dos trabalhadores da CGD, aqueles que são os responsáveis diretos pelos fantásticos lucros que a Empresa tem obtido e recuperado, porque não esqueçamos, os prejuízos que a CGD teve durante alguns anos, foram responsabilidade direta de uma gestão leviana e danosa, sem culpabilização, como é público, já que ao longo dos seus 146 anos de existência, a CGD foi sempre e de forma destacada, uma Empresa muito lucrativa e a grande referência Bancária dos Portugueses!
Em defesa da honra dos trabalhadores da CGD, de hoje e de sempre, O STEC, não permite e jamais permitirá, que inverdades e difamações sejam lançadas sobre estes, recorrendo a todos os meios ao seu alcance para, intransigentemente, repor a verdade e os defender!
A Direção