Realizou-se no Ministério do Trabalho, uma reunião de conciliação entre o STEC e a CGD, para discutir o aumento salarial de 1% que até agora não foi aplicado na CGD!
Recordamos que este aumento de 1% foi decidido pelo Governo, como forma de atenuar a degradação das condições de vida, resultante da subida da inflação.
Ora, se no caso da Administração Pública, este aumento de 1% é um facto, já no que se refere às Empresas do Sector Empresarial do Estado, onde a CGD se insere, este aumento surge sob a forma de recomendação.
Neste contexto, o recurso do STEC de solicitar a conciliação do Ministério do Trabalho, surge na sequência da recusa da Administração da CGD em aplicar este aumento de 1%, ao contrário de outras Empresas Públicas, com bem menores condições financeiras.
Realizada a reunião no Ministério do Trabalho, o insólito aconteceu!
A CGD sem quaisquer condições para negar a indesmentível onda de lucros, que se traduzem em quase um bilião e meio de euros, se considerarmos os resultados de 2022 e do primeiro semestre de 2023, optou por basear a sua recusa numa atitude de prudência relativamente aos aumentos salariais, argumentando que no futuro estes se poderiam tornar insustentáveis. |
Prudência essa, que já não se verifica, quando estão em causa as remunerações da Administração da CGD que como é público em 2022 cresceram na ordem dos 37%!
Uma argumentação tão absurda, ou melhor dizendo, uma desfaçatez e imoralidade tão descarada, quando todos sabemos como é distribuída na CGD a riqueza que todos produzem… mas de que apenas uma bem pequena parte aufere os grandes benefícios!
Bem podemos continuar a ler e a ouvir:
- que é imperioso e urgente melhorarem-se os salários e as pensões de reforma em Portugal;
- que, em termos remuneratórios, o país cada vez se está a afastar mais da realidade europeia;
- que o crescimento económico do país, não pode assentar numa política de baixos salários.
Porque tudo isso não passa de “música” para os ouvidos da Administração da CGD, que sentada no poderio de uma cadeira de lucros cada dia mais volumosa, alcançados à custa dos trabalhadores, não tem qualquer pejo em declarar que… não pode dar este aumento de apenas 1%, porque isso poderia pôr em causa a sustentabilidade da Empresa no futuro!!! |
Entretanto na CGD, a indignação cresce, a desmotivação instala-se, a revolta aumenta, mas indiferente a tudo, a Administração parece ter apenas um objetivo – amealhar lucros, sem olhar a meios, e fazer “boa figura” perante o Governo!
O STEC vai requerer a intervenção dos responsáveis políticos, nomeadamente, Grupos Parlamentares da Assembleia da República, Ministério das Finanças e Comissão de Orçamento e Finanças, considerando as especiais responsabilidades que uma Empresa Pública como a CGD, deveria assumir quanto ao cumprimento das diretivas do Governo.