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Sexta-feira, 29 de Março, 2024

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Greve 30 e 31 e Concentração 30 Dezembro 2021
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Os trabalhadores em greve deslocaram-se de vários pontos do país, bem como reformados, para participarem na Concentração promovida pelo STEC em 30 de Dezembro de 2021 à porta da Sede da CGD. O protesto fez-se ouvir na Comunicação Social que marcou presença. A Administração viu-se obrigada a justificar a sua proposta vergonhosa com a “concorrência”.

 

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Intervenção do Presidente do STEC, Pedro Messias:

 

 

Caros Colegas, Companheiros e Companheiras

 

 

Hoje é o primeiro de dois dias de GREVE. E as notícias que fomos recebendo ao longo desta manhã são que a GREVE, mais uma vez, está a ser um êxito a nível nacional!

 

Serviços Centrais com grandes níveis de adesão, mesmo aqueles que estão em teletrabalho;

 

Rede comercial quando não parada, com grandes constrangimentos operacionais, apesar de todas as ameaças.

 

Os trabalhadores do Grupo CGD estão de PARABÉNS pela força que estão a demonstrar!

 

Uma palavra também para os reformados, que hoje, e mais uma vez, também aqui estão em protesto e solidariedade com o pessoal do ativo. Também eles pugnam pelo legítimo direito à atualização das suas pensões.

 

Apesar de toda a pressão colocada pela Administração ao longo desta semana, e ainda durante esta manhã, com certas hierarquias que a todo o custo tentaram minimizar a adesão à greve, não se inibindo de ameaçar que “está em jogo a tua carreira, tu vê lá o que vais fazer”, a greve está a ser um grande êxito.

 

Dizer que as agências têm de abrir, “dê lá por onde der, é grave!

 

Insinuar que a adesão à greve pode complicar uma suposta promoção, é ilegal!

 

Afirmar que “se fizeres greve diz adeus ao prémio ou à partilha”, é inadmissível e não é verdade! Os dias de adesão a greves não constituem faltas e não podem influir no direito ao pagamento de quaisquer prémios relacionados com a assiduidade/absentismo dos trabalhadores. E quem assim o afirma são os Tribunais Superiores.

 

 

Companheiros e Companheiras, sobre estas hierarquias que julgando estar a fazer um bom trabalho, pressionando aqueles que na verdade são seus colegas de ofício, esquecem-se que também eles são TRABALHADORES, e que mais depressa do que imaginam, também eles podem ser premiados com um convite para RMA, ou pré-reforma, ou a retirada de Isenção Horário apenas porque sim.

 

Mas a verdade é que a vontade demonstrada pelos trabalhadores está bem à vista. A resposta está a ser dada com esta forte adesão à greve, pelos trabalhadores que diariamente demonstram o seu empenho e profissionalismo no desempenho das suas funções, fazendo da CGD a grande empresa que é.

 

Os trabalhadores do Grupo CGD merecem e exigem ser tratados com dignidade.

Neste já longo e lamentável processo de revisão da tabela salarial de 2021, a CGD tem demonstrado bem qual a real consideração que tem para com os seus trabalhadores.

 

Sabemos agora que foram apenas palavras de circunstância as proferidas pelo Presidente da CE no final de 2019, quando realçou que o caminho a seguir seria o de resolver a tabela salarial logo no início de cada ano. Tudo, afinal, palavras ocas.

 

Recorde-se que o STEC apresentou em JANEIRO a sua proposta de atualização da Tabela Salarial para 2021. A CGD nunca respondeu, com a desculpa de que a Administração não estava confirmada. Pois é, mas essa justificação não impediu a decisão de outras medidas de grande impacto financeiro na instituição, como foi o caso da distribuição de lucros ao acionista Estado.

 

E por não haver resposta, e perante tamanha desconsideração o STEC, em MAIO, foi forçado a formalizar o processo de conciliação junto do MTSSS. E mesmo aí, após vários adiamentos inqualificáveis por parte da CGD, só no último dia do mês de SETEMBRO, oito meses depois, a CGD se dignou responder e com uma vergonhosa proposta inicial de 0,1% de aumento salarial, que entretanto atualizou para uns fantásticos 0,4%!

 

Oito meses para apresentar esta indecorosa proposta!

 

É assim que a Administração reconhece o empenho e dedicação dos seus trabalhadores?

 

Há problemas de capital na CGD? Claro que não. Aliás, todos os indicadores estão em alta. Mas para os trabalhadores não há aumentos salariais.

Dos extraordinários lucros de 300 milhões de euros entregues ao acionista, dos maiores lucros alcançados em Portugal, nenhuma parte cabe aos trabalhadores?

 

Que parte desta enormidade de lucros são legitimamente devidos aos trabalhadores pelas horas extraordinárias não pagas?

 

Os trabalhadores não podem ser tratados com tamanho desrespeito.

Por isso, esta greve é também um protesto dos trabalhadores:

 

  • à pressão e às ameaças para o cumprimento de objetivos comerciais irrealistas e muitas das vezes inatingíveis
  • a esta miragem cega do lucro pelo lucro;
  • à redução dos quadros de pessoal;
  • à pressão e assédio para a adesão aos programas de rescisão;
  • Para o cumprimento do horário de trabalho diário;
  • Ao cumprimento integral de 1 hora de descanso para almoço;
  • Ao seu legítimo direito a desconetar;

Um banco público não deve estar orientado unicamente para o lucro.

A CGD, precisamente por se tratar de um banco público, deveria estar a coberto de certas práticas de “agressividade financeira”. Se o mercado é agressivo, a CGD não tem de se transformar em mais um agressor. Uma banca pública tem obrigação de ser uma referência para o mercado, quer nas práticas comerciais, quer no ambiente laboral, destacando-se com uma conduta impoluta e afirmando princípios éticos basilares.

O acionista e o Governo não podem assobiar para o lado. Têm responsabilidades acrescidas nesta matéria.

 

  • De que vale o Presidente da CE dizer que a gratidão é para todos aqueles que diariamente engradecem a instituição CGD, se depois na prática não se respeita a contratação coletiva?
  • Como se reconhece essa gratidão se não se valoriza a tabela salarial?
  • Como pode haver gratidão se há ainda mais assédio?
  • Como pode haver gratidão na discriminação no pagamento do subsídio de almoço ilegalmente retirado?
  • Com o pode haver gratidão no apagão de 4 anos na carreira?

 

A CGD vende na praça pública a ideia, falsa, de que se vive um clima de paz social na empresa e até dá como exemplo a assinatura dum novo Acordo de Empresa, mas não refere que o mesmo surge do conflito criado pela CGD ao denunciar o AE em vigor, e todos sabemos muito bem como se processa uma negociação que tem por base uma denúncia.

 

Para os trabalhadores é sempre mais:

 

  • Mais exigências, mas com menos trabalhadores;
  • Mais objetivos irrealistas;
  • Mais Horários de trabalho desregulados onde há hora de entrada, mas não de saída;
  • Mais Horas extraordinárias não pagas;
  • Mais acréscimo de responsabilidades sem quaisquer contrapartidas;
  • Mais Desvirtuação do Acordo de Empresa com a implementação de “funções” e não de “categorias”
  • Mais assédio;

O acionista único da CGD, o Estado, e o Governo nada dizem? Tudo permitem? São coniventes?

 

Como todos estamos recordados, por via do acordo com Bruxelas, de 2017 a 2020, saíram cerca de 2300 trabalhadores, e encerraram cerca de 150 agências.

 

Fala-se agora de um novo plano estratégico para 2021/2024, cujo teor é absolutamente desconhecido quer dos trabalhadores quer das suas estruturas representativas.

 

Do que já foi sendo transmitido é que a Caixa vai continuar a fazer “ajustamento do quadro de pessoal para ficar mais competitiva”.

 

Mais saídas de trabalhadores para ficar mais competitiva?

 

E quanto à “concentração bancária” em que o Presidente da CE já disse que a CGD está atenta? Então descartam-se trabalhadores, encerram-se agências e a seguir fica-se atentos para a aquisição de outros bancos?

 

O Acionista único da CGD, o Estado, e o Governo nada dizem? Tudo permitem? São coniventes?

 

Onde está a coesão social e territorial, área que a CGD, como banco público que é, deveria ter responsabilidades acrescidas?

 

AS PESSOAS NÃO SÃO DESCARTÁVEIS.

 

A banca está a apresentar lucros. A CGD destaca-se como aquela que mais lucro apresenta. Não há, pois, uma qualquer razão económica nem para “ajustamentos de quadros de pessoal”, nem que impossibilite a CGD de proceder a uma justa e merecida atualização salarial.

 

Não é razoável. É despropositado! É imoral! É um desrespeito para com os trabalhadores!

 

Com a desculpa da pandemia, dos ajustamentos ao mercado, a estratégia que parece estar a desenhar-se é também um brutal ataque à contratação coletiva e a todos os trabalhadores.

 

O acionista único da CGD, o Governo, a Assembleia da República, não podem assobiar para o lado, têm de ouvir este grande protesto dos trabalhadores e trabalhadoras do Grupo CGD, também na defesa de uma CGD forte e pública.

 

Uma certeza garantimos, o STEC continuará o caminho de luta pelos trabalhadores e com os trabalhadores na defesa dos postos de trabalho e dos seus direitos, convictos que só assim será possível resistir a esta ofensiva!

 

Muito obrigado!

 

 

Lisboa, 30 de dezembro de 2021

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