O STEC teve conhecimento que a Administração da CGD, após o recente anúncio do vultuoso lucro de 486 milhões, no primeiro semestre de 2022, decidiu cortar ainda mais nos custos e encerrar mais 23 Balcões, no decorrer do corrente mês de agosto, com maior incidência nas regiões de Lisboa e Porto.
Com estes encerramentos, de que se desconhecem outros motivos que não seja a intenção de reduzir despesas, mesmo à custa da desvalorização da capacidade da CGD enquanto Banco Público, não podemos deixar de registar, em simultâneo, um inevitável congestionamento dos restantes Balcões dessas áreas, apesar destes já não conseguirem atualmente dar uma resposta adequada ao serviço, nomeadamente por decréscimo de trabalhadores (de 2012 a 2022 saíram da CGD mais de 3300 trabalhadores).
Ora, a CGD é um Banco Público, o único Banco Público que temos no país, mas apesar disso e das responsabilidades sociais e económicas que daqui derivam, desde o ano 2012 que a CGD já encerrou mais de 300 Agências em Portugal, um número avassalador, trata-se em muitos casos da entrega de “bandeja” de negócio rentável e lucrativo aos Bancos Privados, perdendo-se com isto centenas, ou mesmo milhares, de clientes Particulares e Empresariais.
Neste cenário de claro abandono da CGD de vastas e povoadas zonas do país, o Governo não se pode demitir da sua responsabilidade no que respeita à coesão territorial de que tanto fala, mas que depois deixa ao livre-arbítrio de decisões de gestão, que neste caso e lamentavelmente até são de carácter público.
Não basta apregoar a defesa da CGD como Banco Público e receber as centenas de milhões de dividendos gerados pelo esforço dos seus trabalhadores, é fundamental que o Estado defina as orientações estratégicas que o banco deve assumir, nomeadamente as suas responsabilidades quanto ao interesse público e às necessidades das populações, assegurando-lhes um serviço de proximidade e de qualidade.
O STEC tem vindo a alertar e a denunciar aos vários responsáveis políticos (Governo, Presidente da República, Partidos com assento parlamentar e Poder Local), bem como à própria Administração da CGD, para esta realidade, no sentido de impedir a deterioração da capacidade da CGD enquanto Banco Público ao serviço do país, da população e da economia nacional.
Nota: Deste comunicado foi dado conhecimento à Comunicação Social e ao Poder Local, nomeadamente a todas as Autarquias e Juntas de Freguesia das 23 Agências em causa.
A Direção