No dia 14/01/2025, o Presidente da Comissão Executiva, Dr. Paulo Macedo foi ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP). (AQUI)
As questões feitas pelos Deputados, incidiram sobre preocupações com o cumprimento da missão da CGD enquanto Banco Público, com obrigações sociais e de coesão territorial, garantindo os mesmos serviços em todo o território – continente e ilhas; mas também preocupações com o timing de resolução do conjunto de problemas laborais, apresentadas pelo STEC (AQUI) e CT (AQUI) na COFAP na semana anterior, sabendo que a CGD dispõe de condições e meios para o fazer:
- O novo modelo de agências SMART, que retira o serviço de tesouraria e disponibiliza uma máquina (VTM), proporciona os mesmos serviços e não excluiu ninguém do serviço público bancário?
- O que justifica a redução para 1, 2, 3 trabalhadores nas agências?
- Pode uma agência funcionar com 1 trabalhador?
- Quantas agências se encontram com apenas 1 trabalhador?
- A recuperação do tempo de serviço de 2013 a 2016 não contabilizado para efeitos de carreira?
- Os aumentos salariais abaixo da inflação?
- As horas de trabalho suplementar não remuneradas?
- O cada vez maior recurso ao Outsourcing?
- O cansaço, sobrecarga de trabalho, consequências na saúde mental dos trabalhadores?
- A renovação dos quadros?
Sem que estranhássemos, o Presidente da Comissão Executiva mais uma vez ignorou todas as questões incomodativas e comprometedoras e aproveitou o momento para se autopromover passando a imagem de um Banco quase perfeito em funcionamento, onde a missão de inclusão digital se sobrepõe a todas as questões menores ligadas aos trabalhadores e populações… Não perdeu a oportunidade para voltar tristemente a atacar a imagem dos trabalhadores da CGD, tentando passar para a opinião pública que os trabalhadores da CGD são uns privilegiados, mas nunca se referindo aos verdadeiros privilégios, os da Administração.
Algumas das afirmações do Presidente da Comissão Executiva:
- – “As agências têm pessoas, aliás, têm pessoas permanentes e têm pessoas a apoiar os cidadãos no manuseamento de máquinas.” – o que as agências têm, é uma gritante falta de “pessoas” que se encontram exaustas e têm de se desmultiplicar por diversas tarefas sem os devidos meios e suporte!
- – “Os tempos médios de espera dos clientes na CGD são de 11 minutos.” – a realidade está à vista de quem a quiser ver. É ultrajante para os trabalhadores, propalar-se tempos médios de espera na ordem dos 11 minutos… acresce que o sistema de senhas ainda não está operacional em todas as agências… como se explica o volume de reclamações por tempos de espera exagerados?
- – “Os trabalhadores da CGD podem-se reformar ou pré-reformar aos 55 anos.” – para além de ninguém se reformar aos 55 anos, foi a Administração a estabelecer as condições de pré-reforma… sendo absurdo e até caricato, criticar as suas condições, quando a aprovação é da sua exclusiva responsabilidade e nem todos os pedidos são aceites pela Empresa.
- – “A CGD dispõe do maior programa de formação que existe na Banca em Portugal.” – deixamos à reflexão as queixas dos trabalhadores pela sentida falta de formação presencial, com partilha entre pares de outros locais de trabalho e a elevada carga de formação e-learning, pouco apelativa e sem condições de tempo para a realizar.
- – “Os Assistentes comerciais tiveram pela primeira vez formação, coisa nunca vista na história da CGD.” – Os trabalhadores da CGD recordar-se-ão das muitas formações em sala na sede da CGD onde o vestibular era apenas o pontapé de saída.
- – “Tem vindo a ser feito um aumento sistemático dos subsídios de estudante.” – deixamos à reflexão os vários trabalhadores que tentaram, sem sucesso, que a CGD apoiasse as suas formações pós-laborais, dentro da área financeira, bem como a não valorização pela CGD dessas competências adquiridas para os concursos internos, levando até à perda de quadros nos últimos tempos.
- – “Temos o maior subsídio de nascimento da banca, por nossa iniciativa.” – relembramos que o subsídio de nascimento surgiu por proposta do STEC com a assinatura do AE de 2016, que desde 2013 passou a atribuir aos seus sócios um apoio ao nascimento por esta lacuna na Empresa.
Se de facto a Administração está interessada em corrigir as coisas que não estão bem na CGD, fazendo jus à afirmação que a “Caixa não tem só virtudes”, porque continua a bater a porta aos trabalhadores e a não aceitar os problemas reais que reiteradamente lhe são apresentados pelo STEC? |
Num caminho reto em que se busca um objetivo, se permanecermos cegos e não olharmos e contamos com quem nos rodeia, desvalorizando a toda a hora o que transmitem, ficaremos isolados e naturalmente as equipas ficam desmotivadas…
Sem Empresa não há trabalhadores, mas o vice-versa também acontece. Os trabalhadores precisam ser valorizados e os seus direitos respeitados!
|
A Direção