Sem surpresa, a CGD recusa qualquer negociação que produza efeitos em 2022, com o argumento que a tabela salarial atual foi negociada até 31 de dezembro de 2022, mas reconhece que a partir de 13 de outubro de 2022 pode legalmente começar a negociar uma nova proposta de revisão salarial.
Surpreendentemente, a CGD nada diz sobre a brutal e súbita subida da inflação e o galopante aumento de preço que todos os bens essenciais registam, escrevendo, pasme-se, que os atuais salários, prémios e promoções, são bastante generosos para fazer face à situação!
A Administração, provavelmente inebriada com os lucros enormes e inéditos que apresenta, passa completamente ao lado das dificuldades que os trabalhadores estão a viver e dá-se até à desfaçatez de fazer ironia com o “aperto de cinto” que estes sofrem!
De facto, quem aufere remunerações de milhões de Euros vive num outro mundo e prova, com esta resposta, que nada se preocupa com aqueles que, à custa de muito esforço e por vezes enormes sacrifícios, lhes permitem receber esses principescos salários!
Esta é a lição que todos os trabalhadores devem ter presente quando são confrontados com exigências de trabalho absurdas ou, como tantas vezes sucede, grosseiramente abusivas.
Devem igualmente fazer a mesma reflexão quando fazem as suas compras, pagam a conta da eletricidade, do gás, se abastecem de combustível e quando são confrontados com a subida da prestação do crédito à habitação… sabem que trabalham no Grupo CGD que, à custa do seu esforço, apresenta cada vez mais e mais lucros, mas dos quais nem o cheiro lhes chega.
Perante esta situação lamentável e infelizmente recorrente, o STEC vai, obviamente, solicitar o início de negociações a partir de 13 de outubro, procurando, como sempre, pela via do diálogo, encontrar respostas para a situação aflitiva que muitos trabalhadores e reformados da CGD já estão a viver. |
Não obstante, e considerando a emergência social que vivemos, o STEC já solicitou audiências aos vários responsáveis políticos, nomeadamente, à tutela da CGD e ao Presidente da República, sendo que este último irá receber o STEC ainda hoje. É inaceitável que uma empresa que apresenta lucros astronómicos, não esteja disponível para assumir a sua responsabilidade social, apoiando os seus trabalhadores e reformados num dos momentos mais exigentes das últimas décadas! |
Relembramos a proposta de aumento salarial e o estudo económico que a suporta, recentemente apresentado à CGD pelo STEC, que tem como base um aumento de 4,79% com um mínimo de 80 € para todos os trabalhadores. Estes documentos estão disponíveis em www.stec.pt. |