Aos Órgãos de Comunicação Social
Exmos. (as) Senhores (as)
Dia 1 de março de 2021 foi publicada uma notícia num órgão de comunicação social, posteriormente replicada e difundida, em que se afirmava que a CGD teria multiplicado por quatro os prémios pagos aos trabalhadores em pleno processo de reestruturação.
O artigo refere que teve acesso a “dados” e “números”, mas é omisso na forma como acedeu aos mesmos, provavelmente patrocinados pela CGD, que tem como objetivo deturpar a realidade dos factos, denegrir a imagem dos trabalhadores da CGD e simultaneamente transmitir a ideia que esta Administração recompensa e valoriza os trabalhadores.
Desta forma, vimos exercer o nosso direito ao contraditório, apresentando a verdade dos factos.
Ora vejamos:
- De 2013 a 2016 os trabalhadores da CGD tiveram cortes salariais, as promoções e evolução na carreira estiveram congeladas, ao contrário da restante banca, perpetuando uma imposição da TROIKA feita no Orçamento Geral do Estado. Em 2017 essa situação foi revertida para a função pública e outras empresas do setor empresarial do Estado o que não sucedeu na CGD apesar de todos os esforços do STEC junto das diversas instâncias, Governo, PR e justiça;
- Do lucro da CGD obtido em 2019 no valor de 776 milhões de euros alcançados através do trabalho e empenho de todos os trabalhadores, apenas foram distribuídos por estes cerca de 1.56% desse valor. É esta a importância que a Administração e o acionista Estado dão aos trabalhadores da CGD;
- Excluem-se milhares de trabalhadores da justa e meritória compensação pelos resultados obtidos pela empresa com base na atribuição de prémios de forma arbitrária e discriminatória, excluído inclusive trabalhadores que tiveram de faltar por falecimento de familiares;
- Efetuam-se contratações para os níveis mais elevados de remuneração, sem recurso à obrigatoriedade de abertura de concurso interno, e simultaneamente pratica-se assédio sobre os trabalhadores para saírem da empresa através de programas de rescisão ou reforma antecipada;
- Afirma-se que os trabalhadores foram premiados nos últimos 5 anos, mas omite-se quais os valores dos prémios milionários atribuídos à Administração durante o mesmo período;
- Não se divulga que esta é a Administração mais bem paga na história da CGD em que os seus membros chegam a auferir 20 vezes mais que os trabalhadores, tendo esses vencimentos coincidindo com a aplicação do plano de reestruturação. Talvez seja bom recordar, que o Dr. Paulo Macedo em 2019 auferiu 484,6 mil € de remunerações fixas a que se somou 61,6 mil € correspondentes a 25% do bónus relativo ao exercício de 2018, sendo que outros 25% estão a ser pagos anualmente pelo valor de 12,3 mil € e o remanescente do bónus (50%) será pago em espécie, estando dependente da execução do plano estratégico.
Afinal, onde estão os prémios multiplicados por quatro?!
Pretende-se deixar bem claro, que os trabalhadores da CGD não viram os seus prémios quadruplicar.
Agradecendo a divulgação desta nota, manifestamos a nossa total disponibilidade para qualquer esclarecimento adicional.
Com os melhores cumprimentos,
A Direção
Lisboa, 08-03-2021