Enquanto todos os dias somos submersos numa onda de informação, também proveniente da Administração da CGD, acerca dos avanços dos meios digitais e da inteligência artificial (IA), nos locais de trabalho, a pressão sobre o trabalho humano e a exigência no atingir mais e mais objetivos, não para de aumentar!
Não é por acaso que a CGD se debate com dificuldades na admissão de novos quadros, sobretudo para as agências. Assinar um horário de trabalho que, teoricamente, é de 7 horas diárias, mas na prática atinge as 8, as 9 e até as 10 horas diárias, em regra sem qualquer compensação, com um salário pouco motivador e sem perspetivas de carreira, não é por certo uma atividade profissional que desperte o interesse…
Para aqueles que arriscam e aceitam, depois de conhecerem o que é trabalhar sem horário e experimentarem a pressão dos ritmos de trabalho e a exigência de objetivos inalcançáveis, muito rapidamente percebem que esta não é a vida que querem e “batem com a porta”, demitindo-se.
A situação só não se tornou ainda insustentável, porque a CGD tem por enquanto milhares de trabalhadores que ainda “vestem a camisola”, mesmo vivendo, em alguns casos, situações de discriminação salarial infundada, face aos novos trabalhadores admitidos com condições remuneratórias superiores… mas com a desmotivação e até mesmo pela idade, o tempo de serviço e a disponibilidade dos que são atualmente o motor da Empresa está a esgotar-se rapidamente.
Apregoar os milhões de lucros é muito fácil. Falar, sobre o trabalho de excelência da CGD, sem revelar a falta de condições laborais que fustiga os trabalhadores, também não é difícil. Dissertar acerca dos benefícios dos meios digitais, omitindo os graves problemas que ocorrem num sistema informático da CGD disfuncional e ineficiente, da perda do contacto pessoal e dos riscos que a sua utilização incorreta pode envolver… é que já nos parece menos responsável e muito pouco ético.
Vive-se uma mudança dos tempos… também a Pandemia veio mostrar a importância do trabalho presencial, na rede comercial… o futuro é por isso mesmo uma incógnita, mas precisamente pela incerteza do que nos espera é que a premência do diálogo, a valorização do trabalho e a busca do entendimento que depois nos levará à convergência de posições, revestem neste momento uma importância particularmente decisiva. |
Os trabalhadores da CGD estão, como sempre estiveram e provaram, disponíveis e empenhados nesse diálogo e nessa convergência, ficamos agora na expectativa do que pensa e faz a Administração.
A Direção